"O presidente da República decidiu submeter à aprovação do Senado Federal o nome do ministro da Justiça e Segurança Pública, Alexandre de Moraes, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. As sólidas credenciais acadêmicas e profissionais do doutor Alexandre de Moraes o qualificam para as elevadas responsabilidades do cargo de ministro da Suprema Corte do Brasil."
Em 2005, foi escolhido para uma vaga na primeira composição do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ocupando a vaga reservada para um representante da Câmara dos Deputados.
Trânsito no mundo polÃtico
No inÃcio de sua carreira, Moraes exerceu os cargos de promotor de Justiça da Cidadania e assessor do procurador-geral do Estado entre 1991 e 2002, quando, aos 33 anos, se tornou o mais novo secretário de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado, escolhido por Geraldo Alckmin (PSDB), com quem voltaria a trabalhar anos depois.
Após a passagem pelo CNJ, entre 2005 e 2007, trabalhou na gestão de Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura de São Paulo entre 2007 e 2010.
Em 2015, voltou a participar de uma gestão de Alckmin, desta vez como secretário da Segurança Pública. Mas embora tenha construÃdo uma carreira acadêmica focada nos direitos humanos, passou a ser visto com grande rejeição por movimentos sociais, que viram uma atuação "truculenta" por parte da polÃcia durante sua gestão.
O coordenador estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, classificou como "cruel" a forma como Moraes tratou os estudantes secundaristas que ocuparam mais de 200 escolas em 2015.
Em maio do ano passado, com o afastamento de Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, que acabou se tornando definitivo, Moraes foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Temer - o mesmo que o alça agora ao STF.
Em 2015, uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo noticiou que o nome de Moraes aparecia no Tribunal de Justiça de SP como advogado em 123 processos da cooperativa Transcooper, investigada sob suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro e corrupção para beneficiar a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Em 2010 fundou o escritório de advocacia Alexandre de Moraes Advogados Associados em São Paulo, e recentemente se declarou "temporariamente afastado do exercÃcio da advocacia".
"Teve a semana passada, e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse ele a um grupo de pessoas durante campanha eleitoral de prefeito no interior de São Paulo, em setembro passado.
No dia seguinte, ele negou que tivesse adiantando ações da PF - afirmou que a afirmação ocorreu porque houve operações desde que ele assumiu o cargo de ministro da Justiça.
O paÃs vem enfrentando, desde o inÃcio do ano, uma das piores crises penitenciárias da história recente - mais de cem pessoas morreram durante conflitos dentro de presÃdios.
Para AnÃbal, o fato de Alexandre de Moraes ser filiado ao PSDB não vai influenciar a sua atuação em processos no Supremo.
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