18 de Abril de 2024 -
 
20/07/2017 - 11h00
Casal assassinado planejava união na igreja para celebrar 35 anos
Rodeados por duas dezenas de coroas de flores, os caixões são velados lado a lado
Aline dos Santos, Rafael Ribeiro e Lucas Junot
Campograndenews/Agoranews
Juntos há 35 anos, Cristóvão e Fátima Silveira foram brutalmente
assassinados. (Foto: Reprodução/Facebook)

A brutalidade do crime que chocou Campo Grande pôs fim ao plano do casal Cristóvão e Fátima Silveira de celebrar na igreja a união existente há 35 anos.

Em meio a poucas palavras entrecortadas por lágrimas, familiares, que acompanham o velório do ex-vereador e esposa no Parque das Primaveras, relatam que eles se casariam no religioso e estavam felizes pela aquisição da chácara, onde acabaram assassinados.

Fátima Silveira,56 anos, era formada em Turismo e dedicava-se à família. Cristóvão tinha 65 anos e foi vereador na Capital por cinco mandatos.

Rodeados por duas dezenas de coroas de flores, os caixões são velados lado a lado. No entorno, dois filhos arrasados e pessoas chocadas pela crueldade do duplo homicídio. Na lembrança, imagens de um casal alegre e de um Cristóvão Silveira à la Alain Delon.

O ex-vereador Airton Saraiva conta que ficará na memória a imagem de uma pessoa culta, que ajudava os políticos de primeira viagem, alegre, zelosa com a forma física e que levava, entre os amigos, apelido do galã francês.

“Muito triste para todos nós. É um momento de muita tristeza para a cidade. O que fica na memória do povo é o trabalho grandioso por Campo Grande”, afirma.

Titular da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), Márcio Monteiro diz que ficará com o reconhecimento pelo trabalho de Silveira. “Todos estão chocados com esse crime de grande selvageria. Vou guardar na memória que o Silveira era pessoa de ótima índole, que trabalhou pela cidade, Estado e pelo partido”, salienta, ao comentar a trajetória do ex-parlamentar pelo PSDB.

“Trata-se de um grande líder, de importância fundamental para Campo Grande. Uma pessoa que deixa um legado na cidade. O momento é de tristeza pelo que aconteceu. E o apoio à família é fundamental”, diz o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB).

Ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB) lamenta tamanha violência. “Nos faz pensar a respeito da índole do próprio ser humano. Resta agora guardar a imagem de homem e pai exemplar, um amigo para toda hora”, diz.

“A gente vai guardar essa figura de pessoa exemplar. Um casal que deixará muitas saudades”, afirma a subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini. 

Nas coroas de flores, condolências do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do ex-governador André Puccinelli (PMDB). 

Velório acontece na manhã desta quinta-feira no cemitério Parque das Primaveras -
(Foto: Marcos Ermínio)

Violência 

O crime aconteceu na terça-feira (dia 18), na chácara Bem-te-vi-, localizada na saída para Rochedo, na MS-080. O vereador e a mulher, encontrada nua e com parte das pernas queimada, foram mortos a facadas.

Três pessoas estão presas no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros): o caseiro da chácara Rivelino Mangelo, 45 anos; e seus filhos Alberto Nunes Mangelo, 20 anos; e Rogério Nunes Mangelo, 19 anos.

Já Diogo André dos Santos Almeida, sobrinho de Rivelino, morreu em troca de tiros com a polícia de Corumbá. O quinto envolvido no crime segue foragido e a polícia faz buscas.

Presos

A polícia não detalhou o envolvimento de Rogério nos assassinatos, mas disse que ele estava presente no momento dos crimes. Nos áudios encontrados nos celulares apreendidos com Rivelino a polícia encontrou declarações do caseiro dizendo para Rogério e Diogo que não ajudassem no crime, ele iria matar o casal sozinho.

O delegado afirma que houve abuso sexual mas ainda aguarda os laudos da perícia para confirmação do estupro. Os três negam ter cometido abuso sexual com a vítima, encontrada sem roupas e com parte do corpo queimado. Todos os envolvidos têm passagens pela polícia. Rivelino por lesão corporal e violência doméstica ; Rogério por furto e lesão corporal ; Alberto por posse de arma, entre outras; Diogo tem a ficha mais extensa, com passagens por furto, roubo, tráfico, ameaça e homicídio.

Agora as acusações serão por latrocínio, associação criminosa e o possível estupro.

Armas utilizadas nos crimes foram apresentadas em coletiva de imprensa no Garras -
(Foto: João Paulo Gonçalves)
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