Cheque da desembargadora Tânia Borges é encontrado em investigação do Gaeco - AgoraNews.com.br
 
 
 
17 de Abril de 2024 -
 
21/06/2018 - 08h30
Cheque da desembargadora Tânia Borges é encontrado em investigação do Gaeco
Lâmina, de R$ 165 mil, foi entregue à PM envolvido com cigarreiros
Aline Oliveira/Luana Rodrigues
Correiodoestado/Agoranews
Cheque foi entregue a policial militar envolvido
com cigarreiros - Foto: Divulgação

Durante as investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na qual são apuradas as responsabilidades existentes na operação Oiketicus, que investiga a associação criminosa de Policiais Militares (PM) com contrabandistas de cigarro produzido no Paraguai, foi identificado um cheque pessoal da desembargadora do Tribunal de Justiça (TJ/MS), Tânia Borges, no valor de R$ 165 mil reais.

A lâmina foi entregue ao tenente-coronel da PM/MS, Admilson Cristaldo Barbosa, preso em 16 de maio, após denúncia de corrupção, lavagem de dinheiro e associação na organização criminosa. Outra informação divulgada na imprensa é de que existem provas obtidas em aparelhos celular, de que a juíza teria solicitado a indicação de Cristaldo, para ser chefe da segurança do TJ/MS, a partir de 2019, período em que assumirá o comando da instituição.

Segundo o advogado da magistrada, André Borges, o motivo do cheque constar na investigação refere-se exclusivamente ao fato de um relacionamento comercial, no qual foi negociado um veículo e o cheque foi apresentado como garantia. A negociação não se concretizou e o valor de R$ 165 mil não foi descontado ou depositado. 

"Tratou-se de ato negocial simples, sem qualquer ilícito, feito às claras. Conclusões que Gaeco se apressou em divulgar são precipitadas, enganosas e completamente ilegais, já que sequer o órgão tem competência para investigar uma desembargadora, esclarece o representante jurídico.

Sobre a indicação de cargo comissionado na futura gestão que assumirá no TJ/MS, o advogado explica que sua cliente conheceu o policial em evento de sua entidade, tempos atrás, dele obtendo boas referências, até a divulgação do episódio da recente investigação na operação Oiketicus. "A desembargadora Tânia Borges lamenta ter o nome envolvido e divulgado de forma precipitada e midiática", conclui Borges. 

Desembargadora com o filho acusado de tráfico de drogas - Arquivo

SOBRE O CASO

A operação Oiketikus foi deflagrada no dia 16 de maio pelo Gaeco e a Corregedoria da Polícia Militar, com objetivo de combater a corrupção no âmbito policial. Inicialmente foram cumpridos 66 mandados,  dos quais 45 referem-se a busca, apreensão  e 21 prisões, em 14 municípios de Mato Grosso do Sul. 

Os presos da organização criminosa alvo da Operação Oiketikus são oito sargentos, cinco cabos, quatro soldados, dois tenentes-coroneis, um subtenente e um major, que atuavam no contrabando tanto de cigarros como de outros produtos, como pneus.

Eles não só cobravam propina dos contrabandistas para facilitar o trânsito em rodovias estaduais e na distribuição em municípios, como também tentavam dificultar a atuação de outras forças de segurança na investigação desse tipo de crime. As rotas que os investigados atuavam tinham ligação com a Bolívia e o Paraguai.

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