19 de Abril de 2024 -
 
25/08/2016 - 11h00
Gleisi diz que Senado não tem 'moral' para julgar Dilma e gera bate-boca
A declaração gerou revolta de vários senadores presentes, que se manifestaram contra a afirmação
Ricardo Marchesan
UOL/DF

Uma acalorada discussão entre senadores contrários e favoráveis ao impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, aconteceu antes mesmo que os parlamentares começassem a ouvir a primeira testemunha de acusação nesta quinta-feira (25), primeiro dia da etapa final do julgamento.

Senadores a favor de Dilma apresentavam questões de ordem, questionando o processo. A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) estava ao microfone, quando questionou "qual a moral desse Senado para julgar a presidenta da República?".  "Qual é a moral que tem os senadores aqui para dizer que ela é culpada, para cassar? Quero saber. Qual é a moral que vocês têm?", disse Gleisi, exaltada.

A declaração gerou revolta de vários senadores presentes, que se manifestaram contra a afirmação, gerando uma grande discussão.

Os mais exaltados foram os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ), que bateram boca trocando acusações.

Caiado afirmou que não é "assaltante de aposentado". Lindbergh, então, foi em direção a Caiado, dentro do plenário. "Você é um canalha", gritou o senador petista. "Quem sabe de você é o (senador cassado) Demóstenes [Torres]".

Ronaldo Caiado (DEM-GO), à esq., e Lindbergh Farias (PT-RJ) trocam acusações no Senado

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, que preside a sessão, intercedeu para acalmar os ânimos e chegou a suspender os trabalhos por alguns minutos.

Após os presentes se acalmarem, o senador Lasier Martins (PDT-RS) falou em resposta a Gleisi. "Se a senadora Gleisi discorda de algum integrante aqui deste senado, que ela acuse. Agora, não pode generalizar", afirmou Martins. "Pedir à senadora Gleisi que retire a acusação que fez, generalizando esse Senado, (dizendo) que não tem moral para fazer esse julgamento. Ora, nós temos moral, sim."

Depoimentos e interrogatório

Nesta quinta (25) e sexta-feira (26) estão previstos os depoimentos de oito testemunhas, duas pela acusação e seis pela defesa. Mas os depoimentos podem entrar pelo fim de semana, pois há a determinação de que essa fase seja encerrada antes da sessão da segunda-feira (29), quando a presidente Dilma será ouvida no Senado.

As primeiras testemunhas a serem ouvidas serão as indicadas pela acusação: o procurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) Júlio Marcelo de Oliveira e o auditor de controle externo do TCU Antônio Carlos Costa D'Ávila Carvalho.

A defesa convidou como testemunhas o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa, a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck e o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Tributário, Ricardo Lodi. Também foram indicados pela defesa o professor de direito Geraldo Prado e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

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