O terremoto nAs manifestações de solidariedade partem dos quatro cantos do paÃs, incluindo de um grupo de refugiados
Porta de entrada da Europa, a Itália tem recebido milhares de refugiados nos últimos anos, que arriscam suas vidas e cruzam o mar Mediterrâneo em barcos lotados a partir da LÃbia. Apenas de janeiro a junho deste ano, cerca de 28 mil migrantes desembarcaram no paÃs, segundo a Organização Internacional para a Migração (OIM). Mais de 3 mil teriam morrido no mesmo perÃodo tentando a travessia.
"Agora estamos recolhendo o dinheiro e vamos decidir como enviá-lo, se por meio da Cruz Vermelha ou de outra associação ajudando na região", afirmou Maioli.
Moradores de Amatrice, uma das cidades mais afetadas pelo tremor de quarta-feira, também relataram em redes sociais que refugiados abrigados na região estariam ajudando desde a noite nos resgates. Outros 20 solicitantes de refúgio de um centro em Monteprandone partiram para trabalhar como voluntários em Amandola, uma cidade a 55 km, atingida também pelo terremoto.
Telefonemas e doações
Mais de 420 voluntários e funcionários da Cruz Vermelha já foram deslocados para as operações de resgate na região, que são coordenadas pela Proteção Civil italiana.
Cerca de 100 veÃculos, entre ambulâncias e tratores, foram mobilizados e tendas estão sendo erguidas para abrigar centenas de sobriventes, que ficaram sem teto depois que cidades inteiras foram destruÃdas.
Segundo o comitê regional de Abruzzo da Cruz Vermelha, localizado em Aquila, próximo a região atingida pelo terremoto, aumentam a cada hora os telefonemas de pessoas perguntando como fazer doações ou ajudar as vÃtimas.
Em seu site, a Cruz Vermelha Italiana já disponibilizou um número de conta bancária e orientações para doações de alimentos e roupas (http://www.cri.it/terremoto-centro-italia).
Na imprensa local, a onda de solidariedade após o terremoto está sendo considerada "a maior riqueza" da Itália -- paÃs que enfrenta grandes desafios polÃticos e econômicos, além da crise dos refugiados.
"Na cena agonizante de escombros e medo, voluntários, policiais, bombeiros, jovens da proteção civil, cidadãos comuns que com pás ou com as mãos nuas, sem pausa, com os olhos e a boca cobertos de pó, escavam e lutam pela vida são a encarnação da melhor parte da Itália", afirmou o escritor Roberto Saviano em coluna publicada hoje pelo jornal "Repubblica".