Governador Eduardo Riedel ao lado da ministra Simone Tebet
e da diretora do Hospital Regional de Dourados, Andréia
Alcântara, durante inauguração da Policlínica -
Foto: Clara Medeiros/Dourados News
Em Dourados onde cumpre agenda na manhã desta segunda-feira (27/10), o governador Eduardo Riedel (PP) comentou sobre a recente ocupação em uma propriedade rural no município de Caarapó.
Na ação, realizada no sábado (25/10), suspeitos atearam fogo na sede do imóvel rural, máquinas e plantações. Foi preciso a convocação de policiais militares para atuarem na região.
“A ação foi criminosa. Invadir uma propriedade privada, incendiar benfeitorias, levar animais vivos, incendiar maquinário, isso é uma ação criminosa. E em caso de ação criminosa, é a polícia que está tratando disso com muita veemência”, disse o governador, pouco antes da cerimônia de inauguração da Policlínica Cone Sul, anexa ao Hospital Regional.
Para Riedel, existe a suspeita de que um grupo indígena vem sendo financiado para manter essas ocupações na região.
“O que aconteceu em Caarapó é de um pequeno grupo aliciado por interesses que não têm nada a ver com a questão indígena. E a polícia está investigando e eu pedi urgência nesse processo para apurar responsabilidades. Esse pequeno grupo atua, mas sob o comando de alguém, sob o financiamento de alguém, sob a orientação de alguém. E é esse ‘alguém’ que nós vamos atrás”, comentou.
Em seguida, o chefe do Executivo estadual afirmou que os trabalhos serão realizados para que a ordem seja mantida em Mato Grosso do Sul.
“A gente tem que tratar as coisas de maneira séria, tratar as coisas com responsabilidade e a ordem vai prevalecer nesse Estado, assim como ações pelas populações indígenas também. Estou tratando com o Governo Federal, o Ministério dos Povos Indígenas, tratando com o judiciário brasileiro para a gente buscar solução. Mas, não é desta maneira [ocupações] que nós vamos resolver qualquer problema que a gente tem”, finalizou.
Também presente em Dourados nesta manhã, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que o Governo Federal não será conivente com qualquer tipo de ação criminosa, defendendo a investigação do caso.
“Crime é crime e merece ser investigado, processado e julgado (...). O governo federal não é conivente com nenhum tipo de crime”, resumiu.
O caso
Indígenas atearam fogo em propriedade rural na manhã
de sábado - Foto: Ligado na Redação
Como mostrado na manhã de sábado pelo Dourados News, conflito envolvendo grupo de aproximadamente 50 indígenas mobilizou a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, após a ocupação da Fazenda Ipuitã, município de Caarapó.
Segundo relatos, os manifestantes armados expulsaram o caseiro e atearam fogo na sede, em maquinários e em áreas de plantação. Equipes da PM e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter o incêndio e restabelecer a segurança. Ninguém ficou ferido.
Em entrevista ao Dourados News no mesmo dia, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino José Ferreira, afirmou que a propriedade já vinha sendo alvo de invasões há cerca de 30 dias e relatou ameaças feitas contra funcionários.
“Essa propriedade no município de Caarapó faz uns 30 dias que ela está sendo invadida, por supostos índios, pois não dá para saber se são indígenas mesmo. Essa manhã, invadiram a sede, puseram os funcionários para correr, colocaram fogo nas máquinas e na sede da fazenda. O governo do Estado está lá, a polícia também, porque tem funcionários que estão supostamente sequestrados, sofrendo ameaças. Ninguém toma providência disso. É com muita tristeza que eu, como presidente do sindicato rural, representando os produtores rurais, vejo essa situação. Eu acho que no Brasil está tendo uma inversão de valores”, declarou.
Após a presença de policiais militares do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na região, o grupo recuou e deixou a propriedade na tarde de domingo.
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